Em abril, após postar um vídeo (clique na imagem para assistir)
em uma rede social, recebo um inesperado convite. Participar da primeira edição do Festival CAUSA <ações artísticas>, dentro da ação “Residência Artística”, junto a mais três profissionais da área da dança de Juiz de Fora. Essa ação consistia em criarmos, cada um de nós, um trabalho, a partir dos nossos interesses e a partir das trocas desenvolvidas dentro da residência. Nossa carga horária era de 8 horas semanais, sendo 4h individuais e outras 4h em conjunto, onde trocávamos e conversávamos sobre o desenvolvimento dos trabalhos.
Convite aceito, a cabeça borbulhando, feliz estava, porém, receoso, pois seria minha primeira vez em um festival com esse formato e estrutura.
Em nosso primeiro encontro foi pedido que respondêssemos a oito perguntas, que mais tarde seriam lidas e discutidas através do que foi escrito. Como não nos conhecíamos, o formulário teve um papel muito importante para conhecermos melhor os interesses uns dos outros. Então nossos primeiros encontros foram para ler os formulários uns dos outros e conversarmos sobre.
Após a leitura de todos os formulários, foi proposto que sugeríssemos ou criássemos exercícios que ajudassem ou tivessem algum tipo de relação com o trabalho e o interesse de cada um, propondo algo a cada um dos integrantes. Ficamos um tempo nessas propostas, saíram coisas interessantes desses encontros.
Nas minhas 4 horas de trabalho individuais, procurei aproveitar da melhor maneira possível,
e então dividir da seguinte forma:
- Minha chegada no espaço
- Condicionamento físico
- Exercícios de coordenação motora
- Prática de improviso ou sequências coreográficas
Assim foram meus primeiros dias de trabalho individual.
Paralelo à residência, todo final de mês acontecia outra ação do festival, as Imersões dos artistas de fora que traziam um trabalho para apresentar e uma oficina de compartilhamento. Essa era uma das ações mais legais do festival, pois os quatro artistas que foram convidados são de diferentes locais, com visões e trabalhos distintos uns dos outros, sempre somando muito para nós residentes em processo de criação. Na real, todas as ações do festival foram de extrema importância para a criação da minha primeira obra.
Com todos os acontecimentos, meus interesses começaram a surgir com mais frequência, porém ainda não sabia como poderia colocá-los em cena. Foi quando em um dia de trabalho individual assisti a um documentário que mais tarde daria o nome ao meu trabalho: Do Sumn.
Esse documetário surgiu a partir da gravação de um videoclipe de um cantor jamaicano chamado Konshen. Para essa música ele produziu um videocilpe com alguns grupos de dançarinos, daí nasce o pequeno documentario no qual os dançarinos jamaicanos apresentam seus grupos e também falam um pouco sobre a cena da dança em que eles vivem e da dança no geral.
Do Sumn = Faça algo
Do Sumn me veio ao corpo primeiramente pela minha vontade de poder dançar o que mais me move nos últimos tempos e poder dividir um pouco sobre a cultura da DANCEHALL. Virou então o ponto de partida dessa minha primeira obra. Feliz e mega empolgado, surgiram também outros pontos que se agregaram ao trabalho.
O CAUSA foi de longe a experiêcia mais profissional que tive dentro da aréa da dança. Agradeço às minhas três parceiras de trabalho pelos ensinamentos e pela vivência dentro desses meses, aprendi coisas que levarei pra minha vida inteira. Do Sumn vai ficar marcado na miha história e na minha vida. Obrigado e vida longa ao festival.
Israel Alves
Referências :